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- Almirante Saldanha: A Jornada de um Ícone da Marinha Brasileira
Durante mais de meio século, o Navio Escola Almirante Saldanha foi um verdadeiro pilar da Marinha do Brasil, simbolizando não apenas o vigor da formação naval brasileira, mas também a entrada definitiva do país no campo da pesquisa oceanográfica moderna. Da sua construção na Inglaterra à sua conversão em laboratório flutuante, o navio marcou época pela versatilidade, longevidade e impacto. A Gênese de um Símbolo O projeto do Almirante Saldanha começou em um momento de reformulação das estruturas navais do Brasil. Com o objetivo de modernizar a formação dos oficiais da Armada, o governo brasileiro, sob a liderança de Getúlio Vargas, encomendou em 1933 a construção de um novo navio-escola ao estaleiro Vickers-Armstrong, na Inglaterra. Lançado ao mar em dezembro do mesmo ano, ele foi batizado em homenagem ao Almirante Luiz Filipe Saldanha da Gama, figura histórica da Revolta da Armada. O navio chegou ao Brasil em 1934 e imediatamente assumiu funções educativas. Suas primeiras viagens foram voltadas para o treinamento de guardas-marinha da Escola Naval, navegando por diversas regiões do Atlântico Sul e Caribe, promovendo também a diplomacia naval brasileira. Um Clássico da Arquitetura Naval Com linhas elegantes e estrutura robusta, o Almirante Saldanha foi projetado como uma corveta de instrução — embarcação especialmente concebida para o treinamento de guardas-marinha. Construído no estaleiro Vickers-Armstrong, na Inglaterra, seu desenho harmonizava a tradição naval europeia com as necessidades modernas da Marinha brasileira. Possuía três mastros, característica típica dos veleiros de instrução, embora também contasse com propulsão mecânica, o que o tornava um navio híbrido e altamente funcional. Com 81 metros de comprimento e 12 metros de boca, deslocava aproximadamente 2.200 toneladas, conferindo-lhe estabilidade e presença imponentes em alto-mar. Sua tripulação era numerosa e diversificada: cerca de 460 pessoas embarcavam a cada missão, incluindo oficiais da ativa, guardas-marinha em formação e civis técnicos ligados às atividades educacionais e científicas. A bordo, os jovens cadetes recebiam treinamento prático em navegação, manobra, comunicações e rotinas de bordo, em um ambiente que simulava, com fidelidade, as condições reais de uma embarcação de guerra. Esse aprendizado em mar aberto era essencial para formar profissionais capacitados, integrando teoria e prática com o rigor disciplinar e operacional da Marinha. Apesar de contar com propulsão a motor — o que era fundamental para missões de longa distância e maior controle —, o Almirante Saldanha preservava seu conjunto completo de velas, que continuava sendo utilizado durante os exercícios. Essa característica não era apenas simbólica: permitia o ensino da navegação à vela, uma tradição que remontava à era da Marinha Imperial e que era valorizada por formar marinheiros mais completos e versáteis. Com isso, o navio representava uma ponte entre o passado e o futuro da navegação militar brasileira. Participações Históricas Em sua extensa carreira, o Almirante Saldanha esteve presente em momentos significativos tanto para o Brasil quanto para a comunidade internacional. Durante a Segunda Guerra Mundial, na década de 1940, embora o navio não tenha participado diretamente de combates, sua função como corveta de instrução foi mantida com responsabilidade e cautela. Operando em áreas marítimas consideradas seguras, o navio seguiu formando oficiais, garantindo que a Marinha brasileira continuasse preparada, mesmo diante das incertezas do cenário global. O treinamento a bordo, realizado sob rígidos protocolos de segurança, assegurava a continuidade da formação naval sem comprometer a integridade da tripulação. Entre as missões mais marcantes de sua trajetória está a participação no Ano Geofísico Internacional (1957–1958), um projeto de cooperação científica global que envolveu mais de 60 países. Durante essa operação, o Almirante Saldanha realizou 162 estações oceanográficas em alto-mar, coletando dados valiosos sobre temperatura, salinidade, profundidade e correntes oceânicas. Os estudos realizados a bordo foram fundamentais para o avanço da oceanografia brasileira e contribuíram para o mapeamento de fenômenos climáticos e geofísicos de grande importância, como o comportamento das correntes marítimas e a dinâmica das massas de água do Atlântico Sul. Outro ponto alto da missão foi a reafirmação da soberania brasileira sobre a Ilha da Trindade, situada no Oceano Atlântico, a mais de 1.100 km da costa do Espírito Santo. A presença do navio na região não apenas garantiu suporte logístico para as pesquisas científicas, como também consolidou o domínio do Brasil sobre o arquipélago, de relevância estratégica e geopolítica. O Almirante Saldanha, assim, firmou-se não apenas como plataforma de ensino, mas como um agente ativo da diplomacia científica e da projeção do poder marítimo nacional. À Deriva no Mar do Norte: Uma Tempestade que Testou a Resistência Durante a viagem de instrução de 1950, o Navio-Escola Almirante Saldanha enfrentou uma das situações mais dramáticas de sua história. Navegando entre a Suécia e a Noruega, a embarcação foi surpreendida por uma tempestade violenta que a deixou à deriva no Mar do Norte. O mar enfurecido causou danos significativos ao navio, incluindo a quebra dos mastros, comprometendo sua capacidade de navegação e comunicação. A tripulação, composta por guardas-marinha em treinamento e oficiais experientes, enfrentou momentos de tensão e incerteza, sem contato com o mundo exterior por um ou dois dias. O radiotelegrafista a bordo, que desempenhava um papel crucial nas comunicações, recorda com emoção os momentos de desespero e a luta pela sobrevivência. "Perdemos contato, ficamos à deriva, o mar enfureceu. Começaram a quebrar os mastros. Ficamos perdidos um dia ou dois. Tivemos sorte, porque podia ter afundado", relatou o veterano em entrevista à Agência Marinha. Mapa da viagem de instrução de 1950 Apesar das adversidades, a tripulação demonstrou coragem e profissionalismo, conseguindo estabilizar a situação e retomar o controle da embarcação. Esse episódio não apenas testou a resistência física e psicológica dos envolvidos, mas também reforçou os valores de disciplina, união e resiliência que caracterizam a formação naval brasileira. A memória desse evento permanece viva entre os ex-tripulantes, sendo lembrada como um marco de superação e aprendizado durante a formação dos oficiais da Marinha. Transformação em Navio Oceanográfico A década de 1960 trouxe uma nova missão ao navio. Em 1966, com apoio da UNESCO, ele foi adaptado e modernizado, tornando-se o primeiro grande navio oceanográfico do Brasil. Foram instalados laboratórios de química, física, biologia e meteorologia, além de equipamentos para sondagens e coleta de amostras em profundidades de até 6.000 metros. Sob a nova designação de Navio Oceanográfico Almirante Saldanha (NOc Almirante Saldanha) , ele foi utilizado tanto pela Marinha quanto por universidades brasileiras, como a USP, a UFRJ e a UERJ, que realizaram diversas expedições científicas ao longo das décadas de 1970 e 1980. Um Fim Modesto para uma Carreira Grandiosa A última missão científica do Almirante Saldanha ocorreu em 1984, marcando o encerramento de uma trajetória de quase meio século de serviços prestados à Marinha e à ciência brasileira. Após essa missão, o navio foi gradualmente retirado de operação, refletindo o avanço tecnológico e a mudança nos padrões de treinamento naval. Em 1990, foi oficialmente desincorporado do serviço ativo, encerrando formalmente sua carreira. Contudo, seu afastamento das atividades não foi acompanhado de uma cerimônia à altura de sua importância histórica — o navio simplesmente deixou de navegar, sem o devido reconhecimento público. Nos anos seguintes, o Almirante Saldanha permaneceu atracado na Baía de Guanabara, em estado de abandono, cenário que provocou tristeza e revolta entre ex-tripulantes, pesquisadores e admiradores da história naval brasileira. A imagem do imponente navio, agora corroído pela ferrugem e pelo tempo, contrastava fortemente com sua antiga glória nos mares do Atlântico. Durante esse período, diversas propostas foram apresentadas com o objetivo de preservar a embarcação, incluindo projetos para transformá-lo em um museu marítimo ou centro cultural flutuante. No entanto, esses planos não prosperaram, seja por falta de recursos, de apoio institucional ou de vontade política. Seu desmantelamento acabou ocorrendo de forma silenciosa, longe dos holofotes e sem homenagens oficiais. Apesar disso, o Almirante Saldanha permanece vivo na memória daqueles que por ele passaram — oficiais, cadetes e cientistas que encontraram em suas cabines e convés um verdadeiro laboratório de aprendizado e descoberta. Seu legado resiste como símbolo de uma era em que a formação naval brasileira caminhava lado a lado com a pesquisa científica, unindo tradição, tecnologia e soberania nacional em uma mesma embarcação. Legado O Almirante Saldanha representou uma era de transição na Marinha do Brasil: da navegação a vela à era científica. Formou dezenas de turmas de oficiais e contribuiu para o início da oceanografia moderna no país, sendo um dos primeiros instrumentos de estudo de nosso litoral e plataforma continental. Sua história é lembrada como um exemplo de longevidade, polivalência e contribuição civil-militar. Um verdadeiro monumento flutuante da história brasileira. Fontes: Marinha do Brasil Arquivo da Marinha Poder Naval - Familia do veterano da Marinha, Sr. José Osório
- Submarinista até o fim: a incrível trajetória do Primeiro-Tenente José Osório, veterano da Segunda Guerra Mundial
No oceano da história brasileira, poucos nomes navegam com tanta dignidade quanto o do Primeiro-Tenente José Osório de Oliveira Filho. Aos 102 anos, ele não é apenas um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial — é uma memória viva da Marinha do Brasil, um verdadeiro símbolo de bravura, disciplina e amor à Pátria. Tudo começou em 1942, quando o Brasil declarou guerra ao Eixo e mobilizou cerca de 7 mil militares para proteger sua extensa costa atlântica. Entre eles, um jovem marinheiro recém-formado pela Escola de Aprendizes-Marinheiros Almirante Batista das Neves, hoje sede do Colégio Naval, em Angra dos Reis (RJ). Foi ali que José Osório iniciou sua jornada, embarcando no poderoso encouraçado São Paulo , um dreadnought de origem britânica que operava pela Marinha desde 1910. Das baterias antiaéreas ao rádio do submarino Durante os anos de combate, Osório integrou a Divisão de Artilharia Antiaérea , alimentando os canhões do encouraçado a vapor em longas jornadas de patrulhamento. Seu batismo de fogo foi a bordo do lendário Encouraçado São Paulo , uma das embarcações mais emblemáticas da história naval brasileira. Construído na Inglaterra e incorporado à Marinha do Brasil em 1910, o São Paulo era um dreadnought da classe Minas Geraes , símbolo de uma época em que o Brasil buscava se afirmar como potência naval no Atlântico Sul. Embora já em seus últimos anos de operação na década de 1940, o navio ainda representava imponência e força. Encouraçado São Paulo Para o jovem marinheiro, embarcar em uma nave daquela magnitude era mais que uma honra — era um desafio. Trabalhando nas seções internas da artilharia, Osório era responsável por manter os canhões operacionais, garantindo que não faltasse munição durante os exercícios e operações. "O calor das caldeiras, o barulho dos motores e a tensão constante faziam parte do nosso cotidiano", recorda. Seu desempenho exemplar lhe rendeu a Medalha de Serviços de Guerra com duas estrelas e, mais tarde, a promoção ao oficialato. Mas os anos de guerra não passaram sem deixar marcas profundas, como lembra com pesar: “Perdi dois amigos Marinheiros que estavam a bordo do cruzador Bahia, que afundou a 800 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte”. Mais tarde, como radiotelegrafista , Osório viveu momentos de intensa tensão em alto-mar, como quando o Navio-Escola Almirante Saldanha enfrentou uma violenta tempestade entre a Suécia e a Noruega, nos anos 1950. “Ficamos à deriva, os mastros quebraram, perdemos contato. Foram dias de angústia”, relata. Seu papel na comunicação foi essencial para restabelecer contato e garantir a segurança da embarcação e de sua tripulação. A vocação silenciosa: o chamado dos submarinos Foi na Base Almirante Castro e Silva, na Ilha de Mocanguê (RJ), que o militar encontrou sua verdadeira paixão: o serviço submarino . Mesmo atuando como operador da estação de rádio, ele integrava as tripulações de submarinos sempre que era necessário, participando de missões de instrução e patrulhamento tanto no Brasil quanto no exterior. Em uma das mais emblemáticas missões, integrou a comissão responsável por receber, nos Estados Unidos, os submarinos Humaitá (S14) e Riachuelo (S15) , embarcações que fortaleceram a capacidade operacional da Força de Submarinos brasileira. Uma vida entre gigantes do mar Ao longo de seus 25 anos de carreira, o Primeiro-Tenente José Osório serviu a bordo de algumas das mais notáveis embarcações da Marinha do Brasil — e até dos Estados Unidos. Sua trajetória começou a bordo do lendário Encouraçado São Paulo (1941–1945), um dos dois dreadnoughts da classe Minas Geraes construídos na Inglaterra. Símbolo da modernização naval brasileira no início do século XX, o São Paulo teve papel estratégico na defesa da costa brasileira durante a Segunda Guerra Mundial, atuando como plataforma de artilharia e navio de patrulha. Navio-Escola Almirante Saldanha Nos anos de 1950 e 1951, Osório embarcou no Navio-Escola Almirante Saldanha , um veleiro construído em 1934 para a instrução de guardas-marinha. Durante uma viagem de circunavegação, enfrentou uma violenta tormenta no Mar do Norte, entre a Suécia e a Noruega, que quase levou a embarcação a pique. A tripulação ficou à deriva por dias, em uma das experiências mais dramáticas de sua carreira. Em 1951, passou pelos submarinos S Tymbira (S-12) e Tamoyo (S-13) , ambos antigos submarinos da classe Perla , adquiridos de estaleiros italianos nos anos 30, ambos entraram em servico no Brasil em 1937, dando baixa no fim dos anos 50. Durante o serviço no Tamoyo , uma pane elétrica quase causou uma tragédia a bordo, salvando-se poucos de um possível desastre. Em 1952, participou de treinamentos nos Estados Unidos no submarino USS Diablo (SS-479) , da classe Tench , como parte do processo de transferência tecnológica e formação de submarinistas brasileiros. Pouco depois, integrou a tripulação encarregada de trazer ao Brasil o USS Muskallunge (SS-262) , que foi incorporado à Marinha do Brasil como Humaitá (S-14) . Servindo nesta embarcação entre 1952 e 1956, Osório participou ativamente das primeiras missões brasileiras com submarinos modernos, consolidando sua experiência na Força de Submarinos. Encerrando sua carreira, serviu no Contratorpedeiro CT Ajuricaba (D-11) entre 1958 e 1962. Esta embarcação, originalmente o USS Bennett (DD-473) da classe Fletcher , foi transferida ao Brasil em meio ao processo de renovação da frota, sendo empregada em missões de patrulha e escolta no Atlântico Sul durante os anos mais intensos da Guerra Fria. Contratorpedeiro CT Ajuricaba (D-11) Com passagem por encouraçados, veleiros, contratorpedeiros e submarinos, a história de José Osório é uma síntese viva da evolução da Marinha do Brasil no século XX. 25 anos de mar, memória e missão Foram 25 anos de serviço , repletos de experiências inesquecíveis. Ao olhar para trás, o veterano cita uma frase do poeta Khalil Gibran: “Deve existir algo estranhamente sagrado no sal: está em nossas lágrimas e no mar.” Para ele, o sal do mar e da vida militar se misturam em lembranças de disciplina, companheirismo e superação. “Ser um ‘homem do mar’ trouxe para mim experiências as quais jamais esperei viver”, afirma. “Agradeço à Marinha do Brasil o tempo que ali permaneci, cumprindo o meu dever como cidadão e como soldado. Usque Ad Sub Aquam Nauta Sum ” — “Marinheiro até debaixo d’água” , lema que carrega com orgulho. Condecorações 🎖️ Catálogo de Medalhas – Primeiro-Tenente José Osório 1. Medalha Mérito Marinheiro (MM) Descrição : Fita azul com faixas brancas laterais e uma faixa verde central. Sobreposta por passador metálico com as letras “MM”. Significado : Condecoração destinada a reconhecer militares da Marinha por bons serviços prestados e dedicação à carreira. 2. Medalha “CT José Moreira Pequeno” Descrição : Medalha circular com o rosto do Capitão-Tenente José Moreira Pequeno em destaque. Traz o nome e a data: “CAMPAÑA A.M. 1994”. Significado : Medalha comemorativa em homenagem ao Oficial da Marinha Brasileira. Muitas vezes vinculada a eventos ou cursos específicos. 3. Distintivo de Submarinista Descrição : Miniatura de um submarino dourado, usado sobre outras condecorações. Significado : Distintivo que identifica militares qualificados em operações submarinas, símbolo da elite da Força de Submarinos da Marinha do Brasil. 4. Medalha Militar por Tempo de Serviço (20 anos) Descrição : Fita amarela com bordas verdes. Condecoração metálica associada à base da fita. Significado : Reconhecimento ao tempo de serviço ativo na Marinha do Brasil. Variantes são dadas por 10, 20 ou 30 anos de serviço. 5. Medalha de Guerra (Segunda Guerra Mundial) Descrição : Fita azul com faixa central branca e uma estrela prateada em destaque. Significado : Medalha criada para homenagear os brasileiros que participaram diretamente da Segunda Guerra Mundial, incluindo ações no Atlântico Sul. 6. Medalha do Pacificador Descrição : Medalha circular de bronze com a imagem de uma figura clássica segurando uma espada apontada para baixo. Significado : Concedida por ações de destaque na manutenção da paz e da ordem, ou em reconhecimento ao comportamento exemplar ao longo da carreira. Condecorações do Veterano Sr. José Oliveira Um herói entre nós A história de José Osório é mais do que um registro de feitos militares: é uma lição viva de dedicação, coragem e patriotismo. Enquanto o tempo passa e os nomes vão se perdendo nos livros, homens como ele continuam nos lembrando que a história é feita, acima de tudo, por aqueles que escolheram servir — mesmo quando isso significava descer às profundezas do mar, literalmente. Fontes: - Família do Sr. José Osorio - Marinha do Brasil: https://www.agencia.marinha.mil.br/
- O Apoio Marítimo Aliado no Dia D: A Chave para o Sucesso da Invasão da Normandia
No dia 6 de junho de 1944, a Operação Overlord marcou o início da libertação da Europa Ocidental da ocupação nazista. Para que o desembarque das tropas aliadas nas praias da Normandia fosse bem-sucedido, um massivo apoio marítimo foi essencial, proporcionando bombardeios navais, transporte de tropas e blindados, além da proteção contra contra-ataques alemães. A força naval reunida para o Dia D foi a maior já vista na história, composta por mais de 6.900 embarcações de diferentes tipos, operando sob rígida coordenação estratégica para garantir a supremacia aliada nas praias. A Composição da Força Naval Aliada A força naval reunida para o Dia D foi a maior já empregada em uma operação militar, refletindo a complexidade da invasão e a necessidade de um suporte logístico massivo. Os 1.213 navios de guerra incluíam encouraçados, cruzadores, contratorpedeiros e navios de apoio, responsáveis pelo bombardeio naval que antecedeu o desembarque. Entre os maiores navios estavam os encouraçados USS Texas, USS Nevada e HMS Warspite, que utilizaram seus canhões de grande calibre para atacar as fortificações alemãs ao longo da costa. Além disso, cruzadores como o USS Quincy e HMS Belfast forneceram suporte adicional, enquanto os contratorpedeiros agiam para neutralizar posições inimigas mais próximas à linha de frente. As 4.126 embarcações de desembarque desempenharam um papel crucial ao transportar soldados, veículos blindados e suprimentos diretamente para as praias. Entre os principais tipos estavam os Landing Ship Tank (LST), projetados para transportar tanques e artilharia pesada, e os Higgins Boats (LCVPs), pequenas embarcações capazes de levar soldados até a areia e desembarcá-los rapidamente sob fogo inimigo. Tanques anfíbios DD Sherman, adaptados para navegar até a costa, também foram utilizados, embora tenham sofrido grandes perdas, especialmente em Omaha Beach, devido às condições marítimas adversas. Além dos navios de guerra e das embarcações de desembarque, 736 embarcações auxiliares foram mobilizadas para garantir a eficiência da operação. Esses navios incluíam dragadores de minas, essenciais para limpar o caminho das forças invasoras, e rebocadores, responsáveis por transportar embarcações avariadas e auxiliar na navegação da frota. Os 864 navios mercantes forneceram suprimentos essenciais, incluindo munição, combustível e alimentos, garantindo que as forças aliadas tivessem recursos suficientes para sustentar a ofensiva. Essa estrutura naval massiva, coordenada pelo almirante Sir Bertram Ramsay, foi determinante para o sucesso da invasão da Normandia e consolidou a importância da supremacia marítima nas operações anfíbias da Segunda Guerra Mundial. O Bombardeio Naval: Neutralizando as Defesas Alemãs O bombardeio naval começou antes do desembarque das tropas e foi conduzido por cruzadores, encouraçados e contratorpedeiros. Seu objetivo era destruir as fortificações alemãs, enfraquecer suas baterias de artilharia e abrir caminho para as tropas de assalto. Os encouraçados USS Nevada, USS Texas e USS Arkansas, da Marinha dos EUA, juntamente com os britânicos HMS Warspite e HMS Rodney, utilizaram seus poderosos canhões de 356 mm a 406 mm para alvejar casamatas, bunkers e posições estratégicas da defesa costeira alemã. Além dos encouraçados, contratorpedeiros como o USS Satterlee e o HMS Svenner desempenharam um papel crucial na neutralização de posições inimigas próximas às praias. Em Omaha Beach, onde a resistência alemã foi mais feroz, a precisão dos bombardeios foi limitada pela baixa visibilidade e pela geografia do terreno, tornando o avanço das tropas mais difícil e custoso em vidas. As Embarcações de Desembarque e a Logística da Invasão O transporte das tropas e equipamentos durante o Dia D foi realizado por uma vasta gama de embarcações de desembarque, cada uma projetada para cumprir uma função específica. Landing Ship Tanks (LSTs), Landing Craft Infantry (LCIs) e Landing Craft Tanks (LCTs) foram usados para transportar veículos blindados, canhões pesados e tropas para as praias da Normandia. Essas embarcações eram capazes de se aproximar das praias e desembarcar suas cargas pesadas diretamente na areia. Além disso, os Higgins Boats (LCVPs), embarcações menores e mais rápidas, desempenharam um papel crucial no desembarque das tropas, permitindo que os soldados desembarcassem rapidamente sob intenso fogo inimigo. A rampa frontal desses barcos possibilitou que os soldados saltassem diretamente para o campo de batalha, enfrentando resistência das forças alemãs enquanto avançavam em direção às defesas fortificadas. Os tanques anfíbios DD Sherman (Duplex Drive), projetados para operar tanto na água quanto em terra, também desempenharam papel essencial nas operações de desembarque. Equipados com uma lona inflável que permitia a flutuação, esses tanques foram projetados para navegar até a costa e desembarcar com as tropas. No entanto, as condições do mar, particularmente em Omaha Beach, onde as ondas estavam mais fortes, causaram o afundamento de muitos desses veículos antes que pudessem chegar à costa. Isso resultou em uma grande perda de capacidade de combate logo no início da invasão, dificultando o avanço das tropas em algumas áreas. Apesar disso, a flexibilidade e a inovação nas embarcações de desembarque ajudaram a superar os desafios logísticos e a garantir o sucesso da invasão nas demais praias. O Papel dos Dragadores de Minas e Navios de Escolta Antes do desembarque, dragadores de minas foram utilizados para abrir corredores seguros para a frota aliada, evitando perdas desnecessárias. Navios de escolta, como contratorpedeiros e fragatas, forneceram cobertura antiaérea contra possíveis ataques da Luftwaffe e patrulharam os arredores para prevenir ações de submarinos alemães da classe U-boat, que ainda representavam uma ameaça no Canal da Mancha. Conclusão O apoio marítimo foi um fator decisivo para o sucesso da invasão da Normandia. Sem o intenso bombardeio naval, as defesas alemãs teriam causado ainda mais baixas entre as tropas aliadas. A complexa logística de transporte e desembarque foi realizada com eficiência, apesar dos desafios apresentados pelo mar agitado e pela resistência alemã. O Dia D demonstrou a importância da supremacia naval em operações anfíbias, estabelecendo um modelo que seria seguido em futuros conflitos e consolidando o poder das forças navais aliadas na Segunda Guerra Mundial.
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